sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Lendo Imagens



A fotografia sempre é uma leitura de um momento, de um pensamento, de um desejo, de uma emoção...
Imagem de Regina Noemia Machado

Políticas de incentivo à leitura

Estamos sempre buscando soluções para as dificuldades encontradas em nosso cotidiano, e as questões políticas influenciam muito. Muitas vezes sofremos limitações em incentivar a leitura nas escolas, que poderiam ser solucionadas com a boa vontade de nossos governantes, tornando a leitura uma prática social.
Apresento alguns ítens que considero importantes para efetivação da leitura em nossa sociedade:
- aperfeiçoar a comunicação entre o MEC e as escolas, assim como de toda comunidade escolar;
- investir na formação dos profissionais responsáveis por bibliotecas e em todos os professores, para potencializar a efetivação do trabalho com a literatura na escola;
- ampliar a distribuição de livros para as escolas, considerando suas especividades;
- destinar recursos específicos para a aquisição de livros e obras de referência de acordo com as necessidades da escola, além da distribuição de acervos coletivos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Paulo Freire e a leitura

Experiência pessoal de alfabetização de Paulo Freire:
“Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu mundo, não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu quadro-negro; gravetos, o meu giz.”



Para aprofundar o tema leitura sugiro o livro: A importância do ato de ler de Paulo Freire.
O livro “A Importância do Ato de Ler” de Paulo Freire relata os aspectos da biblioteca popular e a relação com a alfabetização de adultos desenvolvida na República Democrática de São Tomé e Príncipe. Ao mesmo tempo, nos esclarece que a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo e também enfatiza a importância crítica da leitura na alfabetização, colocando o papel do educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo o alfabetizando num processo criador, de que ele é também um sujeito.






RODIN
"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)

A leitura é um prazer ao nosso espírito, exercita nosso pensamento na busca do conhecimento, nos leva pra bem perto da emoção, da imaginação, do bem viver.


Imagem retirada de http://www.beneti.com.br/?p=34, em 13/11/2009



Vídeo postado no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=57hum9zwjZc


"Ler pode tornar as pessoas, perigosamente, mais humanas."
(Luís Fernando Veríssimo)

É tudo isto que queremos: LER A VIDA, VIVER LENDO O QUE CADA MOMENTO, CADA SITUAÇÃO TEM PARA NOS MOSTRAR, PARA NOSSA REFLEXÃO, PARA O NOSSO CRESCIMENTO. DIFERENTES PESSOAS, EXPERIÊNCIAS, CULTURAS, A ARTE, MOMENTOS, ...



DICAS PARA MOMENTOS ESPECIAIS DE LEITURA COM OS PEQUENOS

Paula Desgualdo
- Se ler um livro, conheça a história antes. Assim, você passa mais credibilidade na hora de contar e evita surpresas desagradáveis que possam surgir no texto, como algum conteúdo que não seja apropriado para a idade da criança.
- Tente ser o mais natural possível, contando uma história inventada ou lendo.
- Lembre: toda narrativa precisa ter começo, meio e fim.
- Mostre entusiasmo para que a criança associe a leitura a um momento de alegria e diversão.
- Capriche na interpretação, principalmente se o seu filho for bem pequenino.
Mude a voz para diferenciar as personagens, abuse das expressões faciais e onomatopéias.
- Pense na possibilidade de criar um cantinho de leitura para seu filho. Um espaço onde os livros estejam disponíveis para ele o tempo todo.
- Não exija que a criança entenda tudo e ainda faça comentários sobre a história. Respeite o tempo dela para absorver as informações.
- Conte histórias diariamente. Assim você garante que o seu pequeno será um futuro leitor.

A PRIMEIRA LEITURA DA CRIANÇA

Eduarda, com 4 anos, fazendo a sua leitura das histórias






"Especialistas garantem: ouvir histórias desde a primeira infância estimula a criatividade, facilita o aprendizado e ajuda os pequenos a compreenderem o universo ao seu redor."


Paula Desgualgo




Ivani Capelossa idealizadora do Projeto Biblioteca da Primeira infância, do Instituto Brasil Leitor, em São Paulo, afirma que "A primeira leitura que a criança faz é a leitura do rosto dos pais" e que " O tom de voz, as expressões de alegria e espanto que eles demonstram ao ler e contar causos para os pequenos são o início de um longo caminho de aprendizado".



Desde o primeiro contato com as narrativas, como cantigas de ninar ou pequenas histórias, os bebês começam a trabalhar a memória e a capacidade de organizar informções. Ainda que criança, não compreenda a história ou não prenda a atenção em todos os seus detalhes, cada vez que ouve um conto, aprende uma novidade, mesmo sendo uma história que ela já tenha ouvido, pois eles gostam de ouvir a mesma história várias vezes.


A pedagoga, Eleusa Leardini, professora de uma Universidadede São Francisco, São Paulo, afirma que quando eles percebem que as histórias têm começo, meio e fim, eles estabelecem, pela primeira vez, a idéia de temporalidade. Ela acredita que a magia da literatura para pequenos não só desperta a curiosidade como também contribui para o desenvolvimento de aspectos sociais e cognitivos na infância. É preciso estabelecer uma relação com o livro desde os seis meses, a partir do momento que ela consegue sentar sozinha, pois os bebês olham as imagens e criam suas próprias histórias.Meninos e meninas se projetam nos personagens e vivenciam sentimentos, como alegria, medo tristeza e saudade, moldando suas reações diante das eventualidades que acontecem na sua própria vida.



As narrativas proporcionam muitos benefícios para o desenvolvimento das crianças, mas além disto podem ser uma ferramenta maravilhosa para aproximar, estreitar os laços de afetividade entre quem conta e quem ouve.





"Ouvir e contar histórias é um tipo de amor muito especial"


Ana Maria Machado





Um fator muito importante é que tanto o narrador quanto o ouvinte devem estar entregues a esse momento. Segundo Alessandra Giordano, professora do curso Contar e Ouvir Histórias, do instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo," É um momento em que a criança se sente respeitada em suas necessidades".



É muito importante termos conciência que se os pequenos tomarem gosto pelo mundo do Faz de Conta desde cedo, a chance de se tornarem bons leitores só aumenta e é neste mundo fantástico que eles vão construindo as aprendizagens que servirão para lidar com situaçõe da suas próprias vidas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

LER O VIVER

Foto: Alexandra Rita Flores



AULA DE LEITURA

A leitura é muito mais

do que decifrar palavras;

quem quiser parar pra ver

pode até se surpreender:

vai ler nas folhas do chão

se é outono ou se é verão;

nas ondas soltas do mar,

se é hora de navegar;

e no jeito da pessoa,

se trabalha ou se é à-toa;

na cara do lutador,

quando está sentindo dor;

vai ler na casa de alguém,

o gosto que o dono tem;

e no pêlo do cachorro,

se é melhor gritar socorro;

e na cinza da fumaça,

o tamanho da desgraça;

e no tom que sopra o vento,

se corre o barco ou vai lento;

e também na cor da fruta,

e no cheiro da comida,

e no ronco do motor,

e nos dentes do cavalo,

e na pele da pessoa,

e no brilho do sorriso,

vai ler nas nuvens do céu,

vai ler na palma da mão,

vai ler até nas estrelas

e no som do coração.

Uma arte que dá medo

é a de ler um olhar,

pois os olhos têm segredos

difíceis de decifrar.

(Se eu fosse Aquilo - Ricardo Azevedo. Editora Àtica.)



Linda poesia de Ricardo Azevedo que, brincando com as palavras, expressa a essencialidade da percepção do mundo, da relação que fundamentalmente é estabelecida entre ser humano e mundo.
A necessidade e o olhar sobre esta relação é muito bem colocada por Paulo Freire:


"A leitura de mundo precede a leitura da palavra...

(...)
Se for capaz de escrever minha palavra estarei, de certa forma transformando o mundo. O ato de ler o mundo implica uma leitura dentro e fora de mim. Implica na relação que eu tenho com esse mundo."

(Paulo Freire - Abertura do Congresso Brasileiro de Leitura - Campinas, novembro de 1981).